A criminalidade e o fator "Deus no coração"

(atualizado)[1]

Já vimos em outra postagem deste blog (veja aqui) que
  • na Suécia 85% são ateus ou agnósticos
  • na Dinamarca 80% são ateus ou agnósticos
  • na Noruega 72% são ateus ou agnósticos
  • no Japão 65% são ateus ou agnósticos
  • etc.
A tabela completa pode ser vista aqui.


Pode-se chegar que os países com maiores taxas de homicídios são todos extremamente religiosos. Não apenas isto, em sociedades caracterizadas por uma plena distribuição de comida, excelente serviço público de saúde, e habitação globalmente acessível, a religiosidade esvai-se. E embora a religiosidade esvaia-se a criminalidade não aumenta.

E quanto as presídios?

Conforme postado neste blog (veja aqui) o cristianismo reina absoluto fora dos presídios (no Brasil, segundo o censo de 2000, os cristãos formam 89% da população) mas dentro dos presídios o cristianismo também é a maioria!!!

No artigo Retrato do Presidiário Paulista, de Marcelo Neri, do Centro Políticas Sociais e EPGE - Fundação Getúlio Vargas, foi relatado os resultados de uma pesquisa com presídiários paulistas. A partir da primeira tabela podemos constatar que as religiões entre os presidiários podem ser divididas da seguinte maneira:

















Repare com o grupo formado por outras religiões que não a cristã ainda assim é maior do que os sem religião. Ainda no presídio podemos comparar dois grupos: os que não crêem em deus (ateus, agnósticos) x os que crêem (cristãos, etc.):

















Claro que o grupo dos que não tem "nenhum deus no coração" é bem menor. Vamos comparar agora o principal: o grupo dos que tem "Deus no coração" (cristãos) versus os que não tem "nenhum deus no coração" (ateus, agnósticos, etc):

















Já sabíamos que fora dos presídios a maioria é cristã. Dentro dos presídios também é, ainda que os percentuais possam não ser iguais e/ou variar também de um Estado (por exemplo SP) para outro (por exemplo RJ). Não parece haver correlação ou efeito importante sobre o fator "Deus no coração" e a criminalidade, ou seja, encontra-se cristão criminoso sem problemas, e ateu vivendo na legalidade.

Podemos concluir que tanto fora quanto dentro dos presídios o que vai levar a pessoa a cometer crimes não é sua religiosidade, o fato de ter ou não "Deus no coração". Talvez, criminosos cristãos ou não sejam mais preocupados em calcular os riscos de ser pego e condenado do que qualquer outra coisa.

[1] Atualizei os gráficos e a referência.

Adicional:

E quanto àqueles que entraram no presídio sem religião e foram convertidos ao cristianismo lá dentro? Neste caso o número de cristãos presos pareceria maior? Basta comparar então qual era a religião deles antes de ser preso e após ser preso. Novamente, o cristianismo é a maioria.

Checando o gráfico abaixo vemos que o fator de conversão ao cristianismo pouco altera. Mas notamos algo interessante: "sem religião" não significa ser ateu. Já vi casos em que a pessoa confunde "ter religião" com "frequentar algum templo, igreja". E vi casos de muitos espíritas que têm dificuldades em aceitar que o Espiritismo é uma religião.

De qualquer forma, para os gráficos acima considerei o caso extremo: que todos os sem religião eram ateus ou agnósticos. Ou seja, o percentual de ateus ou agnósticos conforme vimos nos gráficos acima podem ser menor ainda! Não encontrei no censo de 2000 dados que diferenciassem os sem religião dos ateus e dos agnósticos.





































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