Com a Palavra, Ronald Rios: ateus fanáticos, macumba, evangélicos

No vídeo, Ronald Rios fala sobre religião, Igreja Católica, ateus fanáticos, caboclos (umbanda), macumba e evangélicos com seu humor "ácido".

O tempo de cada tópico:
0:10 - ateus fanáticos
1:58 - macumba
3:02 - evangélicos





E o vídeo completo: Com a Palavra, Ronald Rios #21 (+ em badalhoca.mtv.com.br)
tempos:
8:48 - religião
9:24 - ateus fanáticos
09:51 - caboclos (umbanda)
10:46 - macumba
11:53 - evangélicos

exorável e inexorável

Segundo o dicionário Aurélio:

Exorável [Do latim exorabile.] Que cede às súplicas; que se apieda, se compadece; compassivo.

Inexorável [Do latim inexorabile.] 1. Que não se move a rogos; não exorável; implacável, inabalável. 2. Austero, reto, rígido.


Teve-se que definir o conceito inexorável por um motivo bem simples: a existência de eventos para os quais as preces não têm qualquer efeito. Ou seja, aonde o Efeito Placebo não atue. Placebo é uma forma farmacêutica sem atividade, cujo aspecto é idêntico ao de outra farmacologicamente ativa. É uma substância inerte, sem propriedades farmacológicas.

Toda medicação administrada, além do seu efeito real ou farmacológico, tem também um efeito placebo. Os dois são difíceis de serem separados. Ou seja, é difícil, mas não impossível, separar o efeito do medicamento e o psicológico responsável pela cura.

Quando um novo medicamento é testado, o efeito placebo é levado em conta na elaboração dos testes, pelo menos pela Medicina tradicional. Diferentemente do que é geralmente feito com as medicinas alternativas.

Um teste é o chamado “duplo-cego”. Nele dois grupos de pessoas são formados, o grupo experimental e o grupo de controle. Ao grupo experimental se administra o medicamento cuja eficiência está sendo testada. E ao grupo de controle, o placebo.

O teste chama-se de duplo-cego pois nem pesquisadores e aplicadores e nem pacientes saberão, no início do teste, quais pessoas receberam ou não o medicamento. Cada substância e placebo é identificada por números, cujos registros são arquivados para serem abertos apenas quando o teste for completado. Isto evitará quaisquer distorções de observação ou mensuração, por exemplo, um desejo inconsciente do aplicador de que o medicamento funcione ou não.

O efeito placebo já foi comprovado nos mais diversos casos: artrite, enxaquecas, dores em geral, tosse, gripe, problemas cardiovasculares, asma, tensão pré-menstrual, câncer, síndrome de cansaço crônico, intestino irritável, esclerose múltipla, alergias, verrugas, depressão, ansiedade, estresse, impotência sexual, mal de Parkinson, etc.

Os placebos, por serem inertes, não devem produzir efeitos colaterais.



Para o tipo de pessoa que busca em uma teoria, idéia, explicações abrangentes, acabará por descartar as religiões ou se convencer de que elas só tem alcance psicossomático. E este fato de que as religiões fracassem quando testadas pode ter levado a maioria dos cientistas se tornado ateu e uma parte significativa de agnósticos.

Para resumir: psicossomáticos são exoráveis. Os não-psicossomáticos são inexoráveis.

Veja também:


a Ciência é desnecessária?

"Hoje em dia, você precisa ser um crente muito ignorante para imaginar que sua religião ou qualquer religião possa fornecer explicações abrangentes."





colunista do Observer
e do New Statesman

“É na verdade marcante que esta teoria [da Evolução das Espécies, de Charles Darwin] tenha sido progressivamente aceita pelos pesquisadores, seguindo uma série de descobertas nos vários campos do conhecimento. A convergência, nem procurada nem fabricada, dos resultados do trabalho que foi conduzido independentemente é em si um argumento significativo a favor desta teoria”.

Papa João Paulo II à Pontifícia Academia de Ciências,
22 de Outubro de 1996



Existem alguns tipos de ateus e agnósticos. Por exemplo

1) aqueles que compararam as explicações científicas com as religiosas e preferiram obviamente as científicas.

2) aqueles que analisaram as explicações filosóficas, metafísicas das religiões, teologias e concluíram que haviam muitos erros.

Entre outros.

Nem sempre foi assim.

A Ciência tomou as formas atuais entre os séculos após Isaac Newton, Galileu Galilei e antes Thomas Kuhn and Karl Popper. Quando Newton publicou suas obras sob o título Philosophiæ Naturalis Principia Mathematica (Princípios Matemáticos da Filosofia Natural). Na época ainda não havia Ciência, o que chegava mais perto era Filosofia Natural.

O termo agnóstico foi criado por Thomas Henry Huxley em 1869, mas antes já havia agnósticos. Tambem havia ateus antes de a Ciência surgir. Antes que o Big Bang ser proposto pelo padre! Georges Lemaître em 1927, já havia ateus. Já existiam ateus antes de a Evolução ser descoberta por Charles Darwin. Por exemplo, 2200 anos antes, na Grécia antiga, já havia ateus.

Existiam ateus antes e mesmo logo após surgirem cada um dos profetas, messias, avatares, etc. da história. Os fundadores das religiões então foram incapazes de provar o que alegavam (ou quem alegavam ser).

A Religião já era vista como falha. E ainda falha tanto no aspecto teórico como prático. De fato, já se sabia que as teorias religiosas, mesmo extraindo as fábulas, eram recheadas de premissas inválidas ou improváveis seguidas de conclusões que não se seguiam mesmo se as premissas fossem válidas.

Então não era necessário o ponto de vista científico. Não era necessária a descoberta do Big Bang, da Evolução o ou da Abiogênese para concluir que a idéia de deus era desnecessária. As teorias religiosas apresentavas erros elementares. Outros erros mais complexos, os filósofos também mostraram depois. Então muito antes de a Ciência surgir as religiões já se mostravam falhas.


Embora eu mesmo admita que a Ciência é irresistível. Suas aplicações abrangentes acaba por conquistar aqueles que procuram respostas exatas e confiáveis. O que deve explicar porque a maioria dos cientistas (que buscam explicações últimas, racionais) sejam ateus (conforme duas entrevistas realizadas entre cientistas da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos e da Royal Society da Inglaterra, conforme já mostrado neste blog).

Nas palavras de Nick Cohen, colunista do Observer e do New Statesman escreveu em Ciência derrotou a religião mas não seus males (em inglês)

"Hoje em dia, você precisa ser um crente muito ignorante para imaginar que sua religião ou qualquer religião possa fornecer explicações abrangentes. Quando estudam além de certo nível, todos os crentes aprendem que as teorias mais confiáveis sobre as origens da vida não necessitam do Deus dos livros sagrados. Os cientistas mais brilhantes e as melhores ideias já se moveram para além da religião. É por isso que religião, que já inspirou as criações mais sublimes do homem, não produz mais arte, literatura ou filosofia de qualquer valor; é por isso que é impossível imaginar uma nova alta cultura religiosa."

Ou nas palavras do filósofo Hélio Schwartsman, filósofo e colunista da Folha, em O renascimento de Deus
"De fins do século 18, com o Iluminismo, até bem recentemente, parecia de fato crível que o mundo caminhava para tornar-se menos religioso. Afinal, Darwin, Marx, Freud e Einstein provaram duas ou três coisinhas bastante interessantes. Mostraram que o homem, um bicho como qualquer outro, não comanda a história nem mesmo a psique humana. Pior, o próprio Universo funciona sem Deus, que pôde enfim ser reduzido a uma simples metáfora."



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